segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Sistema Sacro-Craniano

Este sistema foi descoberto pelo osteopata William G. Sutherland nos anos 20, tendo dado origem à Osteopatia Craniana nos anos 30 e à Terapia Sacro-Craniana nos anos 70.

Nos anos 70, o Doutor John E. Upledger, durante uma cirurgia para remoção de uma placa de cálcio depositada na meninge dura-máter numa vértebra cervical, observou a pulsação rítmica desta meninge que teimosamente dificultava a cirurgia. A partir daí começou a pesquisar e a desenvolver a base científica do Sistema Sacro-Craniano, do seu funcionamento e das formas do seu tratamento.

O Sistema Sacro-Craniano é um sistema hidráulico semi-fechado contido numa resistente membrana - a dura-máter, que envolve o cérebro e a espinal medula. Este sistema tem a importante função de produzir, pôr a circular e absorver o Líquido Céfalo-Raquidiano (LCR). O LCR envolve, protege e cria o ambiente fisiológico no qual o sistema nervoso se desenvolve, vive e funciona.

A produção e circulação do LCR obedecem a um ritmo chamado ritmo sacro-craniano, que tem uma frequência de 6 a 12 ciclos por minuto. O ritmo sacro-craniano pode ser sentido ou palpado em todo o corpo e por isso é usado para detectar alterações à circulação normal deste líquido, dando assim indicações aos terapeutas sobre a localização das restrições e sobre a evolução do “tratamento”.

Contudo, durante as sessões de diagnóstico e tratamento, normalmente trabalha-se mais ao nível dos ossos do sacro e da cabeça, uma vez que é aí que está ligada a dura-máter. O objectivo é libertar as restrições existentes à volta da dura-máter, que limitam ou bloqueiam a circulação do LCR não permitindo por sua vez uma boa comunicação do sistema nervoso com o corpo. Ou seja, impedem a boa recuperação da saúde do corpo ou o seu correcto funcionamento.

É bem conhecida a influência da compressão da raiz nervosa ao nível da coluna sobre o funcionamento dos órgãos internos, podendo determinar o resultado do tratamento.

De referir no entanto a existência de algumas diferenças entre as duas técnicas de tratamento anteriormente mencionadas. Enquanto a Osteopatia Craniana se dedica sobretudo à libertação das suturas (cranianas, vertebrais e sacrais), a Terapia Sacro-Craniana dedica-se também à libertação das restrições das meninges que se encontram por baixo destas. Estas meninges encontram-se ligadas aos ossos que são manipulados para restabelecer a mobilidade e para eliminar as restrições e aderências que possam existir. Estas disfunções, a manterem-se, podem criar perturbações no sistema nervoso com a consequente diminuição da sua capacidade em manter o bom funcionamento de todo o corpo.

Outra das diferenças entre as duas técnicas é que a Osteopatia Craniana normalmente faz uso de um ligeiro impulso para mover as articulações enquanto a Terapia Sacro-Craniana faz uso de uma “força” de 2 a 5 gramas ou seja uma força imperceptível.

A Terapia Sacro-Craniana pode ser aplicada em conjunto com qualquer outra terapia, pois poucas são as contra-indicações.

É de salientar que hoje em dia, a Terapia Sacro-Craniana já começa a fazer parte do currículo da Osteopatia e a ser usada por muitos osteopatas pelo mundo inteiro.

Durante a Terapia Sacro-Craniana faz-se uso de um toque muito suave, que normalmente é semelhante ao peso de uma moeda, para tentar melhorar a circulação do LCR, líquido este que banha, envolve, protege e alimenta todo o sistema nervoso central. São técnicas altamente eficazes no tratamento de muitas doenças.

Como facilmente se depreende, a saúde do corpo depende do bem-estar do sistema nervoso uma vez que é aqui que chegam e daqui partem todas as informações de e para todo o corpo.

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